Uma em cada 25 crianças já recebeu convites sexuais de amigos feitos pelo computador. Saiba o que fazer para que esse e outros perigos não rondem a sua casa
Camila Álvares | 12/02/2009 15:41
Um desses convites chegou até Mariana (nome fictício), 10 anos, que morava no sul do Brasil. Os pais a encontraram morta em casa por overdose, com hematomas e sinais de violência sexual. Dentre os acusados estão traficantes de drogas que fizeram amizade com a menina por meio de sites de relacionamento e de bate-papo, relata o consultor de segurança Elder dos Anjos, da ONG portuguesa Miúdos Seguros Na.Net.
Segundo especialistas, casos como esse podem ser evitados quando a relação dos filhos com a internet é acompanhada de perto pelos pais. Porém, 63% deles não restringem o acesso dos pequenos à rede, conforme pesquisa realizada pela ONG SaferNet Brasil. Isso ajuda a explicar porque 53% dos jovens já acessaram conteúdos impróprios para a idade e 28% encontraram pessoalmente amigos virtuais.
Controlar é preciso
Para descobrir os sites que as crianças e os adolescentes visitam e com quem se conectam, os pais têm que ficar em cima: vale frequentar a rede social que o filho faz parte, clicar nos links para conhecer seus amigos, navegar nas páginas mais acessadas e até ler seu blog periodicamente. Outra dica é digitar o nome do adolescente nos sites de busca para ver há alguma relação dele com páginas suspeitas.
Segundo a psicóloga Renata da Rocha, o diálogo sincero entre pais e filhos pode facilitar muito nessa empreitada. É fato que quanto mais conversa houver, mais confiança os jovens terão nos pais para contar, inclusive, situações desagradáveis que tenham acontecido enquanto navegavam, afirma.
A coordenadora pedagógica Maristela Memere, do Colégio Logosófico, no Rio de Janeiro, dá outro conselho: Os pais devem acompanhar de perto a pesquisa escolar feita na internet. Assim, favorecem o vínculo familiar, compreendem o mecanismo de raciocínio do filho e ensinam a filtrar o que é bom e o que é ruim.
Os professores são os grandes parceiros dos pais para ensinar o aluno a raciocinar diante da internet – e não simplesmente copiar e colar o conteúdo. É preciso esclarecer também que os nossos atos no ambiente virtual geram efeitos reais e, muitas vezes, nos deparamos com situações de injúria, calúnia, difamação, falsa identidade, entre outros, avisa a advogada e pedagoga Cristina Sleiman, do escritório Patrícia Peck Pinheiro Advogados, uma das idealizadoras da cartilha virtual Boas Práticas de Direito Digital Dentro e Fora da Sala de Aula.
Crianças na internet: como controlar?
Especialistas dão orientações práticas para compor a estratégia que os pais devem adotar, de acordo a faixa etária do filho
Até os 7 anos
- Jamais deixe a criança navegar sozinha na internet.
- Acesse sites infantis e educativos que estimulem o aprendizado.
- Determine um horário para o uso do computador e certifique-se de que a regra está sendo cumprida.
- Crie o hábito de perguntar o que a criança faz na internet, por onde navega e se participa de jogos online.
Dos 8 aos 12 anos
- Oriente para que não troque mensagens com estranhos nem passe informações sobre ele e sua família.
- Fale dos riscos de emprestar a senha de acesso para amigos, mesmo que eles peçam isso como prova de amor ou amizade.
- Informe-o sobre o funcionamento de sites de relacionamento e de bate-papo, bem como sobre a possibilidade das pessoas mentirem em relação à idade e intenções. Sempre que possível, ilustre com casos reais.
- Instale filtros que bloqueiam conteúdos impróprios para a faixa etária e programas que controlam o tempo que se fica conectado.
- Só permita o uso de e-mail se você tiver a senha para supervisionar todas as mensagens recebidas.
- Navegue nos mesmos sites – o histórico dos endereços acessados fica gravado no computador e é possível fazer a consulta a qualquer momento.
- Visite as redes sociais de que o adolescente faz parte, observando as comunidades em que se integra, os recados deixados pelos amigos, as fotos publicadas e até os colegas que ele adicionou, tentando conhecer, na medida do possível, a procedência desses contatos.
A partir dos 13 anos
- Toda a supervisão deve continuar rigorosa.
- Deixe o computador numa área comum da casa, como a sala, em que todos possam ter acesso ao que o adolescente está fazendo.
- Pergunte sempre sobre quem são os amigos que ele conversa nas salas de bate-papo.
- Descubra os códigos usados para escrever. Por exemplo, vc = você, s = sim, ctz = com certeza, m**m = tem alguém espiando, tc = teclar, gnt = gente, to lgd = tô ligado e :-X = beijo pra você. Atente também para símbolos, como : - ))))), que significa uma gargalhada e (:-(, estou muito triste.
- Deixe claro que a internet é uma das fontes de lazer, e não a única.
- Reforce a importância de não divulgar endereço e telefone de casa ou da escola pela internet.
- Alerte sobre a divulgação de fotos e filmes na internet. Um dos argumentos é de que mesmo que o filho seja menor de idade, ele poderá ser encaminhado a tratamento psicológico, prestação de serviços a comunidade ou até mesmo internação em instituições específicas caso cometa alguma infração prevista no Código Penal.

Este blog tem como objetivo compartilhar experiências vivenciadas na área de segurança, responder dúvidas quanto a utilização de equipamentos, trazer informações do cenário nacional de segurança privada, trazer alerta aos pais quanto a segurança de criança e seu uso na internet, na escola. Trazer Dicas de segurança aos leitores quanto a violência urbana,etc. Nossa missão é cooperar com a manutenção da paz para com todos.
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