segunda-feira, 29 de março de 2010

FBI cria perfis falsos na web para caçar bandidos


Rio - Pare de pensar em cenas tensas de filmes como ‘Infiltrados’, de Martin Scorcese, ou ‘Caçadores de Emoção’, estrelado por Keanu Reeves e Patrick Swayze, quando quiser imaginar missões secretas de policiais. Agentes de serviços de segurança americanos como o FBI estão sendo treinados para se passarem por amigos de bandidos em redes sociais como o Facebook. Embora menos emocionante, a estratégia tem dado certo e já resultou até em prisões importantes.

O Departamento de Justiça dos EUA elaborou uma espécie de cartilha, disponibilizada na Internet após um processo judicial, na qual orienta diferentes corporações sobre como obter pistas importantes em sites como Facebook, LinkedIn, MySpace, Orkut e Twitter.

O documento ‘Obtendo e usando provas de sites de redes sociais’ ensina aos agentes de segurança o perfil de cada um dos endereços eletrônicos citados e que tipo de informação pode-se extrair de cada um deles, como dicas da localização de bandidos, comprovação de álibis e até ver provas de delitos em fotos.

Para conseguir ter acesso a esse tipo de informação, a cartilha diz que os agentes podem colher dados públicos, usar dados fornecidos pelos provedores ou “operações infiltradas”, com criação de perfis falsos para se tornar “amigo” do suspeito investigado.

O documento ressalta, porém, que isso ainda está em discussão judicial nos EUA. “Se o agente viola o termo de serviço (do site), isso é atividade ilegal”, questiona. Duvidas à parte, o monitoramento de redes sociais já tem dado vários frutos. O caso mais famoso é a da prisão do fraudador Maxi Soppo, de Seattle, nos EUA. Seu perfil no Facebook era privado, mas a lista de amigos era pública. Nela, procuradores encontraram um ex-funcionário do Departamento de Justiça, que não sabia que ele era procurado. Acabou flagrando Soppo se gabando da vida fácil que levava no México com o dinheiro obtido com o crime.

MAFIOSO LOCALIZADO

Outro caso aconteceu na Itália. Um dos 100 homens mais perigosos do país, o mafioso Pasquale Manfredini, da Ndranghetta, foi preso também depois de usar o Facebook. Segundo a rede BBC, os agentes conseguiram rastrear o sinal de Internet enviado pelo modem do criminoso, usado constantemente para atualizar seu perfil do Facebook.

Na rede social, ele usava o pseudônimo “Georgie”, para fazer contato com amigos e também enviar mensagens codificadas para outros mafiosos. Agora, a polícia italiana investiga também os 200 “amigos” do Facebook de Mandfredini.

O jornal britânico ‘Guardian’ fez um alerta irônico sobre a nova modalidade de investigação: “Bandidos idiotas: seu próximo ‘amigo’ no Facebook pode ser agente do FBI.”



Por: João Ricardo Gonçalves
27/3/2010 - O Dia Online

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