sexta-feira, 19 de março de 2010

Usina Nuclear: "Sergipe não pode virar a próxima Chernobyl"


O deputado federal Mendonça Prado está preocupado com a iniciativa do governador Marcelo Déda, de pressionar o governo federal para a instalação de uma usina nuclear em Sergipe. "Ele pretende construir a usina nas proximidades de Xingó, porque precisa de bastante água para esfriar as turbinas. Não podemos deixar o Rio São Francisco se transformar na próxima Chernobyl", afirmou Mendonça.



Chernobyl, na Ucrânia, teve o maior acidente nuclear da história. No dia 26 de abril de 1986, o vazamento nuclear atingiu boa parte da Europa e da antiga União Soviética. Segundo a ONU, cerca de quatro mil pessoas morreram. Alguns órgãos apontam números maiores. O acidente fez com que fosse questionado o uso da energia nuclear. Alguns países extinguiram os seus projetos.



Mas não é preciso ir tão longe. O segundo maior acidente nuclear do mundo aconteceu em Goiânia, Goiás, em 1987. No desastre foram contaminadas centenas de pessoas acidentalmente através de radiações emitidas por uma cápsula que continha césio-137. Tudo teve inicio com a curiosidade de dois catadores de lixo, que levaram um equipamento com material radioativo para casa.



Mendonça destaca ainda a incoerência do governador que foi membro da Constituinte Estadual que estabeleceu a proibição de usinas nucleares em Sergipe. A Constituição Estadual, em seu capítulo IV, do Meio Ambiente, da Ciência e Tecnologia, artigo 232, inciso 8º, diz que "ficam proibidos a construção de usinas nucleares e o depósito de lixo atômico no território estadual, bem como o transporte de cargas radioativas, exceto quando destinadas a fins terapêuticos, técnicos e científicos, obedecidas as especificações de segurança em vigor".



Chernobyl: mais de 4 mil mortos

Um dos maiores acidentes da história envolvendo Usinas Nucleares aconteceu em Chernobyl, na União Soviética, hoje Ucrânia. No dia 26 de abril de 1986, um dos reatores explodiu liberando uma enorme cortina de fumaça com elementos radioativos que rapidamente se espalharam por uma boa parte da Europa. O vento espalhou as nuvens com os elementos radioativos em vários países como Dinamarca, Suécia, França e Itália . Foram 100 vezes mais radiação do que a bomba atômica de Hiroshima no Japão, após a Segunda Guerra Mundial.



É difícil dizer o número de mortos causados pelos eventos de Chernobyl, devido às mortes esperadas por câncer, que ainda não ocorreram e são difíceis de atribuir especificamente ao acidente. Além disso, os descendentes dos atingidos apresentam uma grande incidência de problemas congênitos e anomalias genéticas. Um relatório da Organização das Nações Unidas de 2005 atribuiu 56 mortes até aquela data - 47 trabalhadores acidentados e nove crianças com câncer da tireóide - e estimou que cerca de 4000 pessoas morrerão de doenças relacionadas com o acidente.



Césio 137: o pesadelo de Goiânia

No desastre de Goiânia cerca de 60 pessoas morreram pela contaminação. O Ministério Público reconhece 628 vítimas contaminadas diretamente, mas a Associação de Vítimas Contaminadas do Césio-137 calcula que esse número seja superior a 6 mil pessoas que foram atingidas pela radiação. Foi o maior acidente radioativo do Brasil.Tudo teve início com a curiosidade de dois catadores de lixo, que encontraram um equipamento com material radioativo e levaram para casa.



A máquina continha césio-137, um pó branco parecido com o sal de cozinha, que no escuro ele brilha com uma coloração azul. Um grande número de curiosos foi conhecer a máquina com o pó brilhante. Muitos levaram para suas casas pedrinhas da substância, gerando uma enorme contaminação com o material radioativo.



Os primeiros sintomas da contaminação (vômitos, náuseas, diarréia e tonturas) surgiram algumas horas após o contato, levando centenas de pessoas a procura hospitais. Eles foram diagnosticados como portadores de uma doença contagiosa. Somente duas semanas depois é que os sintomas foram qualificados como contaminação radioativa.



As pessoas tomaram uma substancia que elimina os efeitos da radiação, denominado de "azul da Prússia". O trabalho de descontaminação dos locais atingidos geraram cerca de 13,4 toneladas de lixo, como roupas, utensílios, materiais de construção. Esse lixo encontra-se armazenado em cerca de 1.200 caixas, 2.900 tambores e 14 contêineres em um depósito construído na cidade de Abadia de Goiás, onde deve ficar por aproximadamente 180 anos.



Por Carla Passos
universopolitico.com

( Usina Nuclear: NÃO!!!!!!!, Elder dos Anjos)

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